terça-feira, agosto 23, 2005

"Alguma coisa está fora da nova ordem..."

Ao me ouvir que estava triste, alguém comentou: "você? triste? mas eu nunca te vi triste!".

Engraçado como as pessoas acham que a felicidade tem de ser uma constante. É como se o sorriso no rosto fosse a armadura para enfrentar todos os problemas do mundo.

Muita gente parece seguir a máxima da personagem de "beleza americana": para ter sucesso é preciso projetar uma imagem de sucesso; no caso, para ser feliz, deve-se exalar felicidade, ainda que forçada.

Agem como se "a vida é bela", "rir é o melhor remédio" e "when you're smiling the whole world smiles with you" fossem as maiores verdades da humanidade.

Devo discordar. A beleza da vida não é tão óbvia - não teria graça se fosse- e muda a cada dia; aí está o grande barato! Rir, às vezes, não resolve nem ameniza nada, e só mostra desespero. E quanto ao sorriso do mundo, de que adianta sua existência se sua essência é falsa?

Ponderação e moderação são as (minhas) novas palavras de ordem.

sábado, agosto 20, 2005

"é o quê?!" digo eu.

seria um ciclo sádico e, acima de tudo, masoquista?!

(acho que) nunca vou entender.
porque aceitar... pff; já foi.

dói.
ai, como dói.
seja lá o que for.

o indizível.


[.one is the loneliest number, aimee mann.]

quinta-feira, agosto 18, 2005

Simples assim...

"Olhai e passai", citou a professora.

Eu nunca tinha entendido o total significado da frase de Dante; isto é, até hoje.

Encontrei uma pessoa que há muito não via; me assustei quando vi o rosto conhecido atrás dos cabelos louros e (agora) lisos.

Pode parecer pretensioso mas devo dizer que não lembrava de sua existência, que nunca me peguei perguntando "o que terá acontecido?", que nossa convivência quase diária não me fez ou faz a menor falta e que as notícias que não chegaram não fizeram falta.

E fiquei triste; triste por perceber como é quando se passa pela vida sem deixar marca, sem ter amigos (ou pior, afastando-os) e, como disse a tributarista, passar a vida sendo morno, sendo apenas mais um.

E pedi aos céus para que eu nunca seja assim.

segunda-feira, agosto 15, 2005

Depois da tagarelice, vem o silêncio...

Eu resolvi ficar quieta.

Depois de falar, contestar e não me conformar.

"Ás vezes pra dar o melhor soco, é preciso se afastar", disse hoje o Morgan Freeman.

Talvez não seja meu melhor soco, mas vai ser dos mais decisivos; pelo menos nos últimos tempos.

Não será um passo atrás, mas um pé no freio, uma puxada nas rédeas da vida.

Vamos com calma, como já diria o samba, "devagar com a louça".

domingo, agosto 14, 2005

mais um domingo.

bom, a temática (me) é controversa.

não tenho pai e, verdade seja dita, nem o sinto.
as mulheres maravilhosas que me puseram no meio da vida suprem tudo o que um deles poderia me dar, tenho absoluta certeza. nada me falta. o amparo psicológico é amplo e sufocante, muito, demais.
só uma coisa: é muita mulher, hehehe!

acho que só não quis deixar de fazer homenagem àqueles que valem muito; meus salvadores, muitas vezes; meus amigos até. e falo dos pais que adotei.

um beijo na ponta do nariz desses inspiradores, doadores de máximos e mínimos, provedores.

amo que só.

terça-feira, agosto 09, 2005

pop, voltei.

e voltei com ele, que me tem feito companhia há um bom tempo; tempo bom.


completamente blue.

tudo azul
completamente blue
vou sorrindo, vou vivendo
logo mais, vou ao cinema
no escuro, eu choro
e adoro a cena
sou feliz em ipanema
encho a cara no leblon
tento ver na tua cara linda
o lado bom

como é triste a tua beleza
que é beleza em mim também
vem do teu sol que é noturno
não machuca nem faz bem

você chega e sai e some
e eu te amo assim tão só
tão-somente o teu segredo
e mais uns cem, e mais uns cem, mais uns cem

tudo azul
completamente blue
tudo azul, tudo azul

como é estranha a natureza
morta de quem não tem dor
como é estéril a certeza
de quem vive sem amor, sem amor

tudo azul
completamente blue
tudo azul


[cazuza.]

quinta-feira, agosto 04, 2005

É; pois é...

Tenho que admitir que o cara é bom. Aliás, sempre admiti; só não suporto a sua voz.

Essa é uma daquelas que doem mas casam perfeitamente com o hoje. Foi (re)encontrada totalmente por acaso; vai ver é "coisa de destino"...

"Pois é
Fica o dito e o redito por não dito
E é difícil dizer que foi bonito
É inútil cantar o que perdi
Taí nosso mais-que-perfeito está desfeito
E o que me parecia tão direito
Caiu desse jeito sem perdão
Então disfarçar minha dor eu não consigo
Dizer: somos sempre bons amigos
É muita mentira para mim
Enfim hoje na solidão ainda custo
A entender como o amor foi tão injusto
Pra quem só lhe foi dedicação
Pois é, e então..."

Pois é, por Chico Buarque de Hollanda.