segunda-feira, maio 30, 2005

nem todo o mundo quis pegar a fila da sanidade.


dia sim.
dia não.

dia sim tem coração partido, muito choro, impropérios praguejados, o não entender das coisas e muita dor.
dia não tem felicidade, (re)conciliação, (re)começo, sorrisos desgastados, de muito (tanto!) uso, e suspiros.

caí no dia sim.
mas já tô enxugando os olhos.


what has happened to love?

.go or go ahead;rufus wainwright.

segunda-feira, maio 23, 2005

sitcom.

farmácia, 6ª feira, 19h30.
a moça adentra.

- posso ajudá-la, moça? procura algo em especial?
- não, não, obrigada, senhor.

o vendedor começa a persegui-la pelos corredores, como se esperando uma mudança de opinião.
a moça tenta desvencilhar-se da insistência, em vão, muito embora.
resolve pedir ajuda à senhora do caixa para pagamento exclusivo de contas.

- er... com licença. eu sei que a senhora não trabalha diretamente para a loja, mas poderia informar onde ficam os...?!
- ixi, menina, sei não. mas, peraí: joããããããooooo, chama a jôôôô!
- o que é? eu não posso ajudar?
- não, que é coisa de mulher! jôôô!

a moça, roxa de vergonha, abaixa a cabeça.
os outros clientes percebem a agonia, mas não se intimidam e continuam a encará-la.
ela corre em direção a onde estaria a tal jô.

topa com o joão, que, por sua vez, faz cara de chateação.

- jô, tem uma moça aqui que quer ser atendida por você.
- o quê?!
- sai logo do banheiro, jô.
- tá, tá, já vai!
- bora logo que a moça tá morrendo de vergonha.
- não, senhor, não é vergonha, só acho que um homem não vai ser de muita ajuda.

a jô, atordoada e ainda abotoando a calça, sai do banheiro.

- oi, moça.
- oi, jô. desculpa incomodar. é que eu não teria como obter ajuda de nenhum deles. onde fica a seção dos...?
- ah, acho que aqui não tem mais, não. mas, peraí: socorrinhaaaaa, ainda tem...?!
- não, não, tudo bem, obrigada, não precisa mais.
- não, moça, peraí!

e a moça vai embora, jurando nunca mais comprar ... numa farmácia.
serviços com a excelência delivery estão aí para isso.

quinta-feira, maio 12, 2005

canta, Milton, canta... (ou a música que não me sai da cabeça...)

sabe que as canções são todas feitas pra você
E vivo porque acredito nesse nosso doido amor
Não vê que tá errado, tá errado me querer quando convém
E se eu não estou enganado acho que você me ama também
O dia amanheceu chovendo e a saudade me contém
O céu já tá estrelado e tá cansado de zelar pelo meu bem
Vem logo que esse trem já tá na hora, tá na hora de partir
E eu já tô molhado, tô molhado de esperar você aqui

Amor eu gosto tanto, eu amo, amo tanto o seu olhar
Andei por esse mundo louco, doido, solto com sede de amar
Igual a um beija-flor, que beija a flor,
De flor em flor eu quis beijar

Por isso não demora que a historia passa e pode me levar
E eu não quero ir, não posso ir pra lado algum
Enquanto não voltar
Não quero que isso aqui dentro de mim
Vá embora e tome outro lugar

Talvez a vida mude e nossa estrada pode se cruzar

Amor, meu grande amor, estou sentindo
Que está chegando a hora de dormir

domingo, maio 08, 2005

rodeada deles, os post-its.


muito engraçado.
o cúmulo aconteceu; sonhei com eles, os post-its.

agora, no estágio, tudo o que faço é imbuído de notinhas, por todos os lugares: mesa, livros, contratos, vistos de estrangeiros, monitor, tudo.
é provável que eu sonhe de novo com eles. e que sonhe colorido.
[porque eles podem ser a única coisa colorida, por esses dias. o gosto amargo está em tudo.]

no sonho, eu imaginava vestimentas inteiras, inteiras paredes recobertas dos papeizinhos, um fluorescente doido, a coisa mais bizarra.
é. porque além de sonhar colorido, sim, eu sonhei flúor.

mas o bacana da coisa é o costume de anotar tudo. não há mais meios de esquecer pequenas coisas. parecendo uma resolução idiota como parece, é um amelhoramento, ora. hehehehe!

e o tamanho dele é providencial. só cabem algumas poucas notas, notas curtas.

e por que?!

é que o que pretendo esquecer não cabe em post-its.
ainda bem. aos poucos, vai ficar difícil lembrar. ainda bem.
esquecer pela falta das notinhas fluorescentes espalhadas por todos os lugares.

[ah, se fosse simples assim.]

.boulevard of broken dreams.greenday.

terça-feira, maio 03, 2005

óóóóóquis.


meus queridos,

venho por meio deste declarar que estou oficialmente na merda.

não, não.
parem de pensar besteira, de achar que tive (mais) uma (des)ilusão amorosa, que perdi dinheiro. nada disso; é muito pior.

PERDI MEUS OLHOS.

um pedaço de mim, de verdade.
sem fazer drama, já fazendo, ando desvirtuando quem eu sou pela falta deles.
além de não ver, nem pareço mais comigo.
no escritório, tem gente que nem sabe quem eu sou agora, sem os olhos.
acho que na rua também. acho mesmo.
exemplo?! as moças do montmartre café, que me servem todos os dias, demoraram a reconhecer.

tá tudo uma droga, sem graça.
tudo porque estou sem os olhos. merda.
vou tentar substituí-los, muito em breve.
(mas como substitui o insubstituível?!)
aguardem.


curtas:
ah, kill bill vol. 2 é massa. assisti quase entrando na televisão, mas conseguir ver todinho, hehehe!
u2 no noise - projeto alternatividade, sábado. bó?!