sábado, janeiro 22, 2005

melancolia (ou considerações sobre a amizade perdida e a menina cheia de saudade do ex-melhor amigo)...

a gente tem conversado muito sobre isso.
e, quando uso esse tempo verbal, faço referência a um passado não muito próximo; acho que desde a soi.
tentei "aconselhar" a.l. quanto a um assunto particular, à época (lembra?!).
hoje, bem... o que vejo é meu auto-retrato - uma vítima da incapacidade de executar seus próprios ditos... que infeliz, hein?!

dedico este post a um ex-melhor amigo que tenho a audácia de chamar de alma gêmea.
é, chamo mesmo. talvez só eu saiba o valor que ele (ainda) tem pra mim, dona dessa vidinha medíocre e cheia de melancolia por não tê-lo mais por perto. eita, falei como se ele tivesse morrido. não, ele não morreu.

ele é o menino que foi meu melhor e maior (literalmente) crítico. disse o que pensava e nunca ficou com medo de levar uma cara feia minha (vixi, levou muitas). e sempre ficava tudo bem porque eu acreditava (e falo também no presente, ainda acredito) em tudo o que ele me dirigia, fosse uma palavra dura, fosse um afago.

quando ele aniversaria, eu sempre apareço. mas a cada ano é diferente e dói mais, porque é como se eu sentisse a vibração de uma coisa que não deveria vibrar - a distância. é que chega a doer, pulsa de um jeito triste e forte. e como dói. dói como nó na garganta.

já vi porta-retratos nossos substituídos por fotos atuais, já vi o quarto dele despido das minhas memórias de colégio e um pouco das de infância. constatei que a família dele ainda me quer um bem danado mas, infelizmente, nada vai ser como antes. sei que tenho minha culpa, sei mesmo. mas não teria sido diferente se eu tivesse feito de outro modo, tenho certeza. nosso afastamento era inevitável. a ruptura viria de ré, digamos, mas viria. e o menino sempre essencial continua sendo, só ele que não vê mais.

e por mais que eu fique mal toda vez que o veja, principalmente nesses últimos tempos - nervosos e saudosos -, nunca deixei de achar que ele está comigo há muito tempo, desde outras vidas, se é que elas até existem. ele é um suspiro todo, uma entidade linda, um fofo mesmo. e vai ser lembrado sempre, que ele nunca duvide disso (embora eu tenha certeza de que isso aqui, ao menos, ele nunca vai vir a ler...).

que o inesperado dê conta de recolocá-lo na minha vida (ou não, conforme seja melhor pra nós dois).
mas se eu tivesse que me manifestar, em palavras, em prol disso, aqui vai meu humilde pedido, hehehehe!

e pra ele: balada do amor inabalável, do skank.
(essa sempre disse muito da gente.)

por m.

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

E mais uma vez M. traduz com perfeição o sentimento de ambas... Quinta, durante nosso "papo brabo", tive a sensação de que não só o timing das conversas é perfeito e nem só as personalidades e gostos se parecem; a gente passou por muita coisa alike, mesmo naquele tempo de transição colégio-intercâmbio-faculdade.
Beijos,
A.L.

8:06 PM  

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