quinta-feira, novembro 18, 2004

Tristesse... ou Confusões... ou ainda Dúvidas...

Outro dia conversava com M. sobre o post abaixo. Ela disse: "melancólico quase nada" e eu lhe dizia que eu estava devendo a esse blog um post decente; digno da "alma de jornalista" que um antigo professor tanto elogiava.

Comecei a pensar se, para escrever bem, eu tinha que estar triste. Engraçado, mas meus grandes ídolos na literatura escreveram seus melhores livros (os meus preferidos, pelo menos...) durante uma ou outra crise existencial; sempre deixaram essa impressão de quea combinação tristeza mais lápis mais papel resulta em obra-prima. Um deles chegou a escrever e a cantar para quem quisesse ouvir que"tristeza não tem fim, felicidade sim".

Ao me lembrar disso, chego à conclusão de que estou frita; minha irmã (sim, eu tenho uma irmã, ainda que não biologica nem legalmente falando... amiga-irmã) sempre diz que é fácil descobrir quando tem alguma coisa que me chateia, que eu sou a criatura mais... qual foi a palavra? Saltitante! Isso! A criatura mais saltitante que ela conhece.Mas, voltando à tristeza... Com todo o respeito aos mestres das letras,I beg to differ, ao menos no que me concerne. Se essa teoria fosse verdade, eu nunca teria escrito tanto no semestre passado... e nunca escrevi tão pouco.

Mais uma vez, fujo do tema que me levou a começar esse texto; tenho uma excelente capacidade de divagar. Bem, ao contrário de mim, que ando cada vez mais saltitante, ainda que não tenha nenhum motivo aparente (sabe aqueles que mudam a vida da gente para sempre e sweep us off our feet), um grande amigo anda triste, confuso... E terça-feira, nós conversamos; conversamos mesmo.

Sentados na escada da Faculdade, frente a frente, conversamos como há muito tempo não conversávamos. Ele contou da namorada nova, do trabalho e eu falei das viagens, dos planos; falamos, enfim, da vida. E o futuro? Eis que surgiu uma tristeza inesperada nos olhos dele e o sorriso que geralmente aparece fácil sumiu... fácil assim. Ele se questiona, se pergunta se acertou nas mínimas decisões, ou melhor, nas grandes decisões que tomou até hoje.

Pego, então, carona na dúvida dele para escrever; quisera ter conseguido ajudar a dissipar sua confusão. Para mim é muito claro que tudo o que fazemos é baseado em uma escolha totalmente inconsciente, que fizemos, sabe Deus quando: ser feliz! Não acredito nessa história de que todos os dias todas as pessoas do mundo acordam e pensam "OK! Lembre-se, fulano! Seja feliz; você escolheu ser feliz!". Ser feliz não é obrigação! Não é assim que a gente funciona e não é assim que deve funcionar; deve-se arriscar, tentar, pular de peito aberto na vida, buscar sempre a felicidade... e o resto é conseqüência e virá, agora ou daqui a 10 anos.

Durante a conversa, tive vontade de olhar pra ele e falar que eu sei, o mundo inteiro sabe o que ele quer ser e o que ele já é, mas não o fiz. Não pense, precipitado leitor, que não o fiz por egoísmo ou por ser má amiga, má ouvinte, má "conversadeira"; não o fiz por lembrar de mim, de como eu estava há não muito tempo. Ao nos despedirmos, os dois com os olhos cheios de lágrimas, eu o abracei; "você sabe o que quer; quer ser feliz... Vai em frente!". Espero que ele tenha entendido o recado... por A.L.

1 Comments:

Blogger 123456 said...

Encontrei seu blog há poucos dias... Ainda não tive tempo para lê-lo todo, mas vi esse post e gostei muito. Espero que se mantenha atualizado, viu! Beijos!

8:42 AM  

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